sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ordenança a pregação e a intercessão

“Ó vós que fazeis menção do Senhor não haja silêncio em vós, nem estejais em silêncio, até que confirme e até que ponha a Jerusalém por louvor na Terra” (Isaías 62.6b,7).
Há crentes que já estão cansados de ouvir sobre o dever de anunciar Jesus. Muitas vezes são exortados a cumprir com a vontade do Pai, mas parece que entra num ouvido e sai pelo outro. Alguns mesmos perderam o ânimo e o prazer de servir a Deus que até testemunhar de Jesus é praticamente impossível. A verdade é que todos precisam do Senhor, pois só Ele preenche o coração e é quem dá Vida Eterna.
No início do capítulo, o profeta Isaías (alguns comentaristas têm sugerido Deus, outros Jesus ou mesmo o profeta, o orador; mas há consenso de que seria o próprio Isaías) declara que não se calará, nem se aquietará por amor a Israel, até que a justiça vinda do Eterno seja feita na Terra, e compara esse grande juízo com uma tocha acesa (v. 1). O desejo de Deus como parte da promessa feita a Abraão é exaltar a nação israelita sobre todos os povos (vv. 2,3 e 12; Ver Gn 12.1-3). Deus ama Israel. Isso está bem patente nas Escrituras Sagradas. O desejo dEle é de abençoá-la poderosamente (v. 11,12). Apesar da desobediência da nação, a caridade de Deus lhes é oferecida (Jo 3.16; Lc 2.14; 1 Pe 3.17). Foi dessa forma que Ele demonstrou seu amor tanto a Israel quanto a humanidade oferecendo em sacrifício seu Filho (Jo 3.36; 14.3; Rm 5.8; 1 Pe 3.18).
Em seguida, Isaías assegura que as nações contemplarão a justiça de Deus em favor de Israel, e convida todos os reis a ver a nação dileta de Jeová sendo afamada por Ele. O Senhor mudará o nome de Israel. Ele chamará de Hefzibá, que significa “prazerosa”; e de Beulá, significando “desposada” (v. 4). Segundo o  Dicionário Bíblico Wycliffe, um novo nome era dado quando existia uma mudança de personalidade ou função de uma pessoa, ou de sua experiência ou circunstância, e também quando a regeneração produz um novo caráter (Is 56.5; 65.15; Ap 3.12; 14.1). A Bíblia registra nomes de pessoas que foram mudados. Por exemplo, Abrão ("pai exaltado") mudou para Abraão ("pai de uma multidão"); Jacó ("enganador" ou "suplantador") se tornou Israel ("o que luta, ou persevera, com Deus"). Naquele Dia, o próprio cristão terá seu nome modificado pelo Senhor (Ap 2.17).
No final da Grande Tribulação, o remanescente em Israel regressará para Deus arrependidos, e passarão a crer em Jesus, o Messias prometido (Mt 23.35-39). Quando Cristo aparecer à Terra junto com os santos no céu, todo olho o verá, e por fim, destruirá os exércitos do Anticristo na batalha do Armagedon. Em seguida, o Senhor implantará seu reino de paz e dominará o mundo diretamente da Palestina. Alguns pensam que, no Milênio, Jesus governará seu reino de paz em países economicamente desenvolvidos, como, por exemplo, os Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido. A verdade é que, durante os mil anos de reinado do Messias, sua majestade e glória estarão sobre Israel (v. 3), uma nação que hoje visualizamos com pouca expressão neste mundo moderno. Nos últimos dias, muitos povos olharão pra Sião não como uma Assolada ou mesmo como uma Desamparada (v. 4), mas como a esposa de Jeová (v. 5).
Israel rejeitou sua verdadeira missão na terra. Ela seria uma luz para o mundo (Is 43.10,12,15,21; 44.1,8), mas tornou-se escuridão quando aliou-se com povos pagãos, praticando toda sorte de pecados abomináveis a Deus (Is 42.19-22; 43.22-28). Profetas predisseram à dispersão de Israel as várias partes do globo e uma promessa de retorno a sua região de origem. Segundo a vontade permissiva de Deus, atualmente muitas guerras civis têm devastado a região da Palestina, tornando conflitos infindáveis até a Segunda Vinda de Cristo.
O profeta Isaías escreve no versículo seis o seguinte: “Ó Jerusalém! Sobre os teus muros pus guardas, que todo o dia e toda a noite se não calarão” (v. 6a). Deus poria guardas de dia e de noite sobre os muros para não se calarem. A ideia é que os profetas e ministros de Deus eram como guardas com função de avisar sobre a chegada de algum perigo iminente, e que não podiam se calar ou dar-lhe descanso de dia e de noite até que a profecia se cumprisse completamente na total restauração de Jerusalém e de Israel em sua terra (Bíblia de Estudo Dake). Os profetas (e o próprio Isaías) seriam intercessores fiéis que nunca cessariam de orar pelo estabelecimento do reino de Deus na Terra e da glória de Jerusalém (Bíblia de Estudo Pentecostal). Segundo o Comentário Bíblico de Beacon, “o verdadeiro profeta não deve apenas discernir a situação presente e estar consciente e advertir acerca do perigo iminente, mas também deve mediar entre Deus e o povo. Ele deve lembrar Deus das suas promessas e interceder pelo povo.”
Para os cristãos da Igreja atual, a recomendação de Cristo ainda é a mesma para seus discípulos que o seguiam naquela época: “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8b). A Igreja não pode se calar, nem ficar em silêncio, permitindo que a pregação esteja presa (2 Tm 2.9,10). Se nem Isaías se calaria, mas continuaria clamando em benefício de Israel, que seria dos cristãos ao viverem neste mundo corrompido! É uma obrigação como testemunhas de um Cristo ressurreto, evangelizar toda criatura até os confins da terra e interceder por essa geração (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; At 1.8; 2 Tm 4.2; 1 Pe 4.10). O mundo inteiro está no maligno (1 Jo 5.19). E para desfazermos as obras do Diabo, Jesus nos concedeu autoridade e poder sobre o mal (Mt 10.1; Lc 9.1; 24.49; At 4.33; 1 Co 4.20).
Estamos vivenciando muitas crises de ordem política, econômica, moral, social e espiritual. Quanto a essa realidade, os cristãos são convocados a trazerem o Reino de Deus a este mundo. Até que Israel seja posta “por louvor na terra” (v. 7), ou seja, sublimada sobre o mundo gentílico nos últimos dias, ainda temos de fazer a obra do Mestre. Nos tempos de Isaías, os ministros de Deus foram ordenados a importuná-lo até que cumprisse as promessas de glorificação de Jerusalém.
Quanto à missão atual da Igreja de Cristo, ela consiste em “evangelizar os pobres, curar os quebrantados do coração, apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos e anunciar o Senhor” (Lc 4.18,19, Grifo nosso). Não há tempo a perder, pois como Jesus nos ensinou a comida principal do cristão não é desta vida, mas acima de tudo “(...) fazer a vontade daquele que nos enviou e realizar a sua obra (Jo 4.34, Grifo nosso), e ai da Igreja “(...) Se não anunciar o evangelho” (1 Co 9.16). Todos os que fazem menção do Senhor não podem ficar em silêncio sabendo do que tem de fazer “Portanto, comete pecado a pessoa que sabe fazer o bem e não faz” (Tg 4.17), pois entendem que a Vinda de Cristo se aproxima (1 Ts 2.19; 2 Pe 3.3,4), assim como a futura glorificação de Israel.
Portanto, diante dos acontecimentos previstos para ocorrerem no últimos dias, tem a Igreja de Cristo hoje desempenhado a missão que confiou o Mestre Jesus? O que aconteceu com o “Ide” do Senhor? Será que alguns crentes já perderam o temor de Deus? Ao invés pregarem o evangelho estão calados? E quanto à intercessão dos perdidos?
"Pecando o homem contra o Senhor, quem intercederá por ele?"  1 Sm 2.25 Grifo nosso
"Admoesto-te pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens " 1 Tm 2.1

Em favor da Obra do Mestre,
Aijalon de Sousa Santos

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Os verdadeiros adoradores

Qual a melhor maneira de adorar a Deus?

E não clamaram a mim com seu coração, mas davam uivos nas suas camas” (Os 7.14).

   O texto em apreço é uma realidade que ainda ocorre no seio da igreja de Cristo, mesmo entre os crentes onde se encontra a verdadeira adoração a Deus. O caso é que, nas reuniões de nossas igrejas, muitas vezes não há uma culto genuíno. O pecado é o grande causador da falta de devoção a Deus. Ele pode ser comparado a um muro bem alto que impede o acesso ao Pai. Israel, por exemplo, sabia muito bem disso, mas sua soberba permitiu afastar-se do Deus vivo. Seus pecados a Deus só traziam males e muitas dificuldades. Costumeiramente, a ira de Deus se acendia sobre eles que castigos devastavam a nação. O Senhor desejava de Israel uma verdadeira adoração envolvendo o coração e não gritos vazios. A nação de Israel foi convidada a invocar a Jeová e não aos ídolos das nações com que faziam muitas alianças, e por isso, deviam dar a Ele adoração incondicional e única.
A expressão “coração” neste versículo representa um dos principais órgãos humano. Figurativamente, é usado para referir-se às fontes ocultas da vida pessoal. ”A Bíblia descreve que a depravação humana está no‘coração’, porque o pecado é um princípio que tem seu lugar no centro da vida interior humana, e então ‘contamina’ todo o circuito de sua ação (Mt 15.19,20). Por outro lado, a Escritura considera o coração como a esfera da influência divina (Rm 2.15; At 15.9). O coração, visto que se acha profundamente no interior, contém ‘o homem escondido’ (1 Pe 3.4), o homem real. Ele representa o verdadeiro caráter, mas também o esconde (J. LaidLaw). No geral, o coração, em seu significado moral no AT, inclui as emoções, a razão e a vontade. É nele que o cristão adora a Deus, pois a adoração não se mede pelo movimento labial ou mesmo corporal (levantar das mãos, palmas, etc.), mas vem do íntimo do coração (Is 29.13). Não só a adoração, mas também a obra de Deus, o arrependimento e a oração têm de ser feito de coração; do contrário, será mesmo em vão e sem proveito algum (Jo 4.34; Rm 10.9,10; Hb 13.15). Imagine uma pessoa tetraplégica (sem os movimentos dos braços e das pernas) e muda, como ela conseguirá adorar a Deus? Simples, com o coração. Entretanto, uma pessoa com todos os membros do corpo deverá adorar a Deus conjuntamente para agradá-lo. O coração para se expressar, enquanto se está invocando a Deus, os membros do homem o manifestam exaltando o Senhor.
Já o termo “uivar” segundo o dicionário bíblico significa, lamentar violentamente. No contexto do versículo, vê-se que o arrependimento de Israel foi apenas simbólico e não o que ocorre em outras passagens, de alguém que experimentou uma desgraça em sua vida (Jl 1,5,8,11,13). Os israelitas, em muitas ocasiões, iam aos bosques construir ídolos de madeira, pedra, prata e invocá-los como se dignos de adoração (Is 42.8,12; 44.9-17; 45.20-22). E quando se voltavam para Deus seus corações estavam realmente afastados do Deus vivo.
Porque o Senhor disse: Pois este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído” (Is 29.13).
Em outras situações, as Escrituras também descrevem os hebreus voltando para Deus clamando-o de coração (Dt 4.29; 1 Sm 7.3,4; 2 Cr 12.16; 12.14; 19.3; 30.19; 15.1-4).
Durante a guerra contra os filisteus, Israel estava acampado em Ebenézer. Sucedeu que, após a primeira peleja contra os filisteus, a nação retorna ao acampamento, e surge a idéia de trazer a arca do concerto (representava a presença de Deus) ao arraial, no intuito de vencer em sua segunda tentativa, os filisteus. Neste momento, Israel estava bem longe do Senhor. Com toda a empolgação dos hebreus, ouviu-se uma gritaria tamanha que os filisteus se atemorizaram com medo de que Deus estaria agora do lado deles para guerrearem, “e diziam mais: Ai de nós! Que tal nunca sucedeu antes” (1 Sm 4.1-10). O desfecho terminou com a derrota do povo de Deus, incluindo a morte dos filhos de Eli, pois que haviam desobedecido ao Senhor. O estrago foi tão grande que “caíram de Israel trinta mil homens de pé” (1 Sm 4.10). Depois desses acontecimentos, um homem de Benjamim que havia fugido da batalha, entrou na cidade noticiando a tomada da arca da aliança e a derrota dos israelitas pelos filisteus. Desta vez, os gritos vindos da cidade já não eram de júbilos “entrando, pois, aquele homem a anunciar isso na cidade, toda a cidade gritou” (1 Sm 4.13b). Após tê-lo ouvido, Eli veio a falecer caindo da cadeira e quebrando o pescoço. Com esse texto, tira-se uma lição importante para a vida do cristão: Deus convida seus filhos a adorarem-no, não da boca pra fora, com gritos vazios, pois isso não se constitui a forma de adorar o Senhor.
Neste versículo do livro de Oséias, Deus acusa os israelitas de hipocrisia; o clamor não vinha do coração, mas dos lábios apenas (Comentário Bíblico de Bacon). Após precisarem de alimento, trigo e vinho, voltavam-se para os ídolos e não para Deus “...para o trigo e para o vinho se ajuntam, mas contra mim se rebelam” (v.14b). Pensavam mal a respeito de Deus, esqueciam-se dEle que os ensinava e os fortalecia (v.15), para adorarem os ídolos (v.16). Tornaram-se para o Senhor “como um arco enganador” ou um arco torto, onde se lança a flecha sem uma direção desejada (v.16). A intenção de Deus aqui era de lançá-los ao alvo, a fim de que alcançassem as bênçãos do Altíssimo, porém, escolheram seguir outro caminho, o caminho da desobediência “... caem à espada os seus príncipes por causa da violência da sua língua; este será o seu escárnio na terra do Egito (v.16).
Jesus, nosso Mestre por excelência, nos ensinou a maneira correta de adorarmos o Pai. João destaca as palavras de Jesus a mulher samaritana:
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.22).
O Filho disse que Deus é espírito, e por isso, devemos adorá-lo em espírito. Alguém consegue enxergar um espírito? Obviamente, não. O cristão adora o Senhor sem o ver, sabendo que Ele está no céu em seu Trono. Somente os verdadeiros adoradores invocam um Deus verdadeiro, porque é isso que Ele procura, reconhecedores da sua glória e da sua majestade (Jo 4.24). Adorar aqui, segundo o dicionário Vine significa “fazer mesura, fazer reverência a”, e nesse caso refere-se ao Senhor Todo Poderoso.
Temos a certeza de que, se invocarmos ao Senhor, Ele nos ouvirá (Jr 33.3). Uma adoração sincera exige um coração sincero e um espírito quebrantado. A alma com sede de Deus o busca em qualquer lugar, momento e circunstância. Os samaritanos pensavam que precisavam de um lugar para adorar a Deus e assim como os judeus, estavam muito enganados.
“Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai” (Jo 4.21).
Jesus mostrou que não existem obstáculos ou impedimentos para se adorar a Deus, como, por exemplo, um local específico. O Senhor“não habita em templos feitos por mão de homem” e “Eis que o céu e o céu dos céus não te podem conter”, quanto menos a parte física da igreja (2 Cr 6.18; At 7.48). O fato é que o véu se rasgou, e hoje, podemos ter acesso ao lugar santíssimo, ou seja, estamos mais próximos de Deus sem precisar de um intercessor como na Antiga Aliança (2 Pe 2.5).
O amor a Deus está também ligado a verdadeira adoração, aliás, ele (amor) sempre a acompanha. Obviamente, se alguém sabe amar a Deus, saberá adorá-lo. Mateus deixa bem claro as palavras de Jesus:
Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37).
Alguns pensam que, enquanto “gritam” estão agradando a Deus, infelizmente estão muito enganados. Enquanto não possuírem um coração aberto para Deus tudo não passará de gritos vazios. Os “gritos” em nossas reuniões, em si, não constituem a real presença de Deus no meio da igreja.
A adoração de Deus não é definida em nenhuma parte das Escrituras. Mostra que ela não consiste de louvores apenas, ou de barulho. Amplamente ela é considerada como o reconhecimento direto a Deus, da Sua natureza, atributos, caminhos e reivindicações, tanto em louvores e ações de graças, como por ações feitas em tal reconhecimento de coração. Aleluia! Prestemos a Ele uma verdadeira adoração.


Em busca de uma verdadeira adoração,


Aijalon de Sousa Santos

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Aos que não sabem o que fazem


“E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34).


Após ter sido levado do jardim do Getsêmani pelos principais dos sacerdotes, capitães do templo e anciãos, e ter sido traído por Judas com um beijo, Jesus é interrogado no concílio a cerca de sua divindade. Acusado de blasfêmia por afirmar ser o Filho de Deus, esses homens resolvem levar Jesus a César (Pilatos), a fim de julgá-lo. Diante de Pilatos proferem falsas acusações contra ele, dizendo está pervertendo a nação, proibindo dar os impostos a César e afirmar ser Cristo, o rei. Pilatos não achando culpa alguma em Jesus descobre que o mesmo é Galileu, e envia-o a Herrodes Antipas, governador da Galiléia (vv.6,7). Herodes com seus soldados desdenha-o pondo-lhe uma roupa de rei. O governador aproveita a ocasião de zombar de Jesus (v.11).
Herodes conhecendo a inocência do acusado remete-o de volta a Pilatos (v.11). Convocados os principais dos sacerdotes, e os magistrados, e o povo, Pilatos declara, tanto ele quanto Herodes, não encontrar em Jesus, culpa alguma, para que o condenassem (v.14). Como era a festa da Páscoa, teria que libertar um prisioneiro. E a multidão continuava a gritar preferindo soltar o revolucionário Barrabás e crucificar Jesus (v.21). Alguém pode dizer: “A voz do povo é a voz de Deus”. Está enganado quem pensa assim. A opinião da maioria não representa o modo de pensar de Deus. Mas nesse caso, sim, esta era a vontade do Senhor (propósito de Deus: salvação; das pessoas: aniquilá-lo). Deus amou a humanidade que entregou seu único filho para morrer por ela e concedê-la Vida Eterna (Jo 3.16; Rm 5.8).
Pilatos estava diante de uma importante decisão. Teria que condenar um homem justo e soltar um criminoso. Ele perguntava a multidão: devo castigá-lo ou devo soltá-lo? Mas o povo e os sacerdotes, pressionava-o com intensos e redobrados gritos a crucificação do homem inocente (v.23). A falta de pulso de César motivou a multidão condenar Jesus.
Ao passo do monte chamado Caveira (do heb. Gólgota), ali crucificaram Cristo e mais dois malfeitores, um, à esquerda, e o outro, à direita. Diante de seus acusadores, Jesus fez uma das orações mais impressionantes da história: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Como conseguir perdoar alguém que te traiu, te escarneceu, que zombou de você e que te maltratou? O grande amor de Deus nos surpreende. Naquele instante, ele poderia interceder ao Pai para matá-los. Contudo, não foi isso que fez. Perdoou a quem lhe fez mal. Não foram os soldados que o mataram, mas nossos pecados foi que o levou à morte na cruz. Jesus estava certo quando disse que eles não sabiam o que estavam fazendo ao decidirem mortificá-lo. O maior erro do ser humano é não compreender a vontade de Deus. A falta de conhecimento faz o ser humano errar e perecer (Os 4.6; Mt 22.29). Nós também não sabíamos, nem os ímpios, infelizmente, hoje sabem. Pois é, destruímos a pessoa que desejava tanto nosso bem e que nos tiraria de um poço profundo e lamoso. Escolhemos praticar o mal e aniquilar aquilo que Deus mais amava. Mesmo assim, o Senhor foi capaz de nos amar. E graças a Deus que Ele está Vivo!
 Jesus ao pronunciar estas palavras, demonstrou seu amor para com as pessoas que o mataram na cruz. Ele estava carregando todos os pecados do mundo. Alguns deles naquela época só foram entender a causa da morte muito depois (Mt 27.50-54; Mc 15.38,39; Lc 23.47,48). Se naquela instante soubessem quem estavam matando, evitariam tal "loucura". Contudo, esse foi o meio para o qual Deus se utilizou a fim de abençoar a todos que recebem Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas. Somente àqueles que se achegam a Cristo têm a Vida Eterna. Hoje, entendemos a causa porque ele se submeteu a isso.
Muitas pessoas não se interessam pelos ensinamentos de Jesus. O vêem como um simples mestre que viveu no passado, como um fanático da época, e outros chegam a afirmar que se tratava de um profeta. Estas não sabem o que dizem, escolheram renunciá-lo ao invés do mundo, seguindo as paixões mundanas e diabólicas. São impuras, iníquas, invejosas, maliciosas, idólatras, porfiadoras, iracundas etc (Gl 5.19-21). São cegas, pelo que não veem a Deus e seguem os passos de Satanás (2 Co 4.4). Não querem assumir o compromisso de segui-lo e de obedecê-lo, mas em continuar pecando, dando ouvido aos desejos do coração, da carne e do Diabo.
Os sacerdotes, Pilatos, Herodes, anciãos, escribas, fariseus, saduceus, os soldados e o povo não sabiam o que haviam feito, pois não procuraram descobrir a verdadeira identidade e caráter de Jesus. Tinham-no como um mestre qualquer, como um carpinteiro, ou como um blasfemador. Estes precisavam abrir o coração para compreender mais a cerca dele. Suas intenções ao se aproximar de Jesus eram dúbias. Testavam-no com muitas perguntas, tentando encontrar motivos para o acusarem, porém, a eles, tudo respondia sabiamente.
O Senhor continua perdoar todos que, com humildade e fé, aproximam-se dele. O perdão é concedido a quem deseja ser perdoado. Por que recusar o perdão do Senhor? Por que rejeitar um Deus tão bondoso e não assumir um compromisso sério com Ele? Será que não entendem que Deus deseja o melhor pra todos, sem distinção de etnia? Por que escolher sofrer no Inferno e não passar a Eternidade com Ele? Por que ainda continuar sem saber o que fazer?


Aijalon



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Lições da vida de José

"E disse Faraó aos seus servos: Acharíamos um varão como este; em quem haja o Espírito de Deus?" (Gn 41.38)


Olá! Está é a minha primeira postagem no blog e desejo compartilhar algumas lições práticas da vida de José. Confira.

  • A inveja é o misto de desgosto e ódio provocado pela prosperidade ou a alegria de alguém. Ela corrói por dentro e autodestrói a pessoa que se torna vítima dela (Pv 14.30; Ec 4.4). O cristão é proibido de exprimi-la (Gl 5.26; Veja Is 14.12-20).
  • Quando os sonhos que temos são de Deus, um dia terão de se cumprir (Gn 35.5-9); do contrário (nossos sonhos), nem sempre se tornarão realidade, pois não sendo da vontade do Senhor não se efetivará (1 Jo 5.14,15).
  • Faraó e o carceiro-mor tornaram-se amigos de José, bem mais que seus irmãos (Gn 39.21-23; 47.3-6; 50.4-7). Há amigos mais chegados que um irmão (Pv 18.24).
  • Aquele que semeia, terá de colher um dia (Gl 6.7,8). O perdão de Deus não anula as consequências do pecado. Jacó já havia enganado seu pai Isaque (Gn 27.16; 37.31-35); seus filhos, anos depois, fizeram o mesmo com ele.
  • José era um servo obediente, pois tanto Jacó (Gn 37.13) quanto Potifar (Gn 39.4) o amavam, e Deus o abençoava de igual modo (Gn 39.5). Quem serve aos outros com submissão é sempre amado, não necessariamente por todos.
  • Deus é aquele que "abaixa e também exalta", e que "desde o esterco, exalta o necessitado para fazê-lo assentar entre os príncipes" (1 Sm 2.7,8).
  • O Altíssimo não permitiu que José morresse na dificuldade, mas livrou-lhe DA morte, permitindo que sofresse NELA (na dificuldade), e pudesse alcançar o prêmio da exaltação (Gn 48.15,16). O Senhor, algumas vezes, nos livra DA prova; em outras situações, livra-nos NA prova.
  • Não importa onde (se na cova, longe de casa, etc.) e como o cristão esteja (se sozinho em terra estranha, como um escravo, como um prisioneiro, ou como um governador), o que interessa é que o Senhor está com ele (Gn 39.2,5).
  • Potifar e Faraó "viram" o Senhor na vida de José (Gn 38.3; 41.38,39). Muitos precisam ver Deus em você.
  • Reconhecer o favor de Deus na vida de alguém sem que haja mudança de atitudes, é fútil para o Senhor. Faraó certificou-se que Deus estava com José, porém, não abandonou os ídolos do Egito (Gn 41.38). O mesmo aconteceu com Nabucodonosor (Dn 2.47; 3.1-7).
  • Obedecer aos pais hoje pode determinar seu sucesso amanhã (Gn 37.2,3,13; Pv  4.1-27; 6.20-24; Ef 6.1).
  • Até uma esposa o Senhor concedeu a José, dando-lhe também 2 filhos. Não se precipite em fazer algo antes ou fora do tempo. Espere no Senhor. Saiba que o momento exato virá (Gn 39.6.13; 40.45; 48.8,9; Ec 3.1; Pv 18.22).
  • Afirmar está arrependido de alguma coisa que cometeu não é o suficiente. Até outra situação aparecer, e você mostre que não cometerá o mesmo erro duas vezes, isso revelará que você está realmente arrependido (Gn 42.21-38; 44.1-34).
  • Em um lar conturbado e com muitas desavenças, sempre há espaço para o perdão e a reconciliação (Gn 45.5,10-15).
  • Quem levou José ao Egito, e por que ele foi parar lá? O Senhor se utilizou de José para preservar sua família, e assim, livrar toda a terra do Egito da miséria e da fome (Gn 45.5-8). Deus precisa de você para realizar algo extraordinário.
  • José era um bom mordomo das coisas dos outros. Na casa de Potifar foi abençoado por isso (Gn 39.3). No cárcere, foi honrado pelo carcereiro-mor (Gn 39.21-23; 40.1-4). Seja também um bom mordomo, tanto daquilo que te põe à mão, quanto dos interesses de Deus. Suponha que o Senhor contasse e confiasse, em vez de José, com pessoas corruptas e desonestas (desvio de verbas públicas etc.) durante a gestão no Egito? A preocupação com os necessitados é uma virtude de um bom político (Gn 40.6-8; 41.33-57; 47.13-15).
  • No momento de muito sofrimento e tribulação, e ainda assim você continua a agarrar-se em Deus, tenha certeza de uma coisa, surpresas podem lhe acontecer (Gn 41.37-44; 45.9-11,17-28; 47.11,12).
  • Exatamente, na prisão, José aproveitou a oportunidade de apresentar o Senhor ao copeiro e o padeiro (Gn 40.8). Independente onde você esteja não esqueça a missão que te confiou o Senhor (At 1.8; 2 Tm 4.2).
  •  Naquela época, já existiam pessoas que odiavam os pastores. Para os egípcios, ser pastor de ovelhas era uma abominação (Gn 46.34), pois os considerava de baixa posição social. Segundo os estudiosos, o Egito era um país agrícola e notavelmente civilizado, enquanto os pastores eram nômades e um povo inculto, visto com desprezo. É espantoso, mas atualmente não é diferente, segue-se esta mesma tendência. Esses homens escolhidos por Deus, encarregados de orientar o povo, são vistos da mesma maneira como era no passado (Mt 5.12).
  • José, como governador, não esqueceu suas origens (Gn 47.11,12). Quanto a você, ao menos se lembre de mim quando chegar lá no topo!
  • Deus sempre expõe, à vista do ímpio, seu favor, mas ele não enxerga isso (Gn 47.13-26; Jo 3.16; Rm 5.8). O Senhor enviou Jesus para LIVRAR-NOS: (a) da morte (concedendo-nos a Vida); (b) do Diabo (dando-nos autoridade sobre ele e o acesso ao Pai); (c) do pecado (concedendo-nos santidade); e (d) da carne (proporcionando-nos uma vida no espírito).

    Deus o abençoe.

         Aijalon